Com o outono chegado, o cheiro a uvas maduras perdura no ar e as árvores começam a mudar de roupagem. É a época das colheitas, das desfolhadas, das vindimas.
A assinalar esta época das colheitas, e como tem sido prática na instituição, na tarde do passado dia 28 de setembro, revivemos a experiência da desfolhada tradicional na nossa instituição, tendo participado miúdos e graúdos. Revivemos memórias, recordamos o tempo em que todas as pessoas da aldeia se juntavam para ajudar a desfolhar o milho e, no final, ainda tinham disposição para fazer um bailarico na eira ao toque do harmónio ou de alguma concertina à luz do gasómetro e das estrelas.
Na nossa desfolhada não faltou a música de arraial. É a mestria do João Paulo, com o seu órgão, que tão bem nos entra no ouvido, na alma e assim anima o bailarico e a desfolhada.
Temos os nossos idosos a quem estas atividades trazem um pouco de nostalgia, mas enchem o coração de alegria, de recordações e temos o convívio com as crianças, as mesmas que estão com a ansiedade toda de desfolhar o milho à procura do milho rei.
Temos, assim, a oportunidade de transmitir às nossas crianças os hábitos e tradições que se vão perdendo com a evolução dos tempos e, simultaneamente, imaginar o que se pode fazer com as barbas das espigas de milho e com a palha das canas. Esta última já servirá para o telhado do presépio de natal.
Este reviver corporizado na desfolhada não é, assim, apenas o desfolhar do milho e a procura da espiga do milho rei, como desculpa para o beijo inocente. É, também, uma troca de experiências, um dia especial de reavivar memórias e de muito boa disposição.